Retomando os posts pensei em escrever sobre algo significativo sobre música, nesses ultimos 40 dias tenho ouvido basicamente quase todo tipo de música produzida até a primeira metade do séc.XIX. de Guillaume Dufay a Schöenberg, tentando traçar um caminho para entender o que temos hoje no cenário musical mundial, ou seja, pra entendermos como chegamos á Britney Spears (1981), precisamos voltar á Vivaldi (1678 -1741) na música a “Teoria da Evolução” não é muito linear pensando descobrir alguma nova espécie musical, o que era “conhecido” me surpreendeu:
(PS: deixe o vídeo rolando e vá lendo…)
No meu mergulho raso na música clássica em Agosto, alguém me chamou a atenção como nunca tinha feito antes, esse alguém é o Sr. Ludwig van Beethoven; sim, o já comentado, revisado, imitado, estragado e abusado pela publicidade e toques de celulares! Mais “batido” que o mote de sua famosa 5º Sinfonia.
Beethoven me fez “acordar pra vida” com sua Sonata nº29 “Hammerklavier” Op.106 e a partir daí comecei a escutar de verdade Beethoven.
Engraçado como todo gênio é extremamente popular e, paradoxalmente, ignorado e mal compreendido.
Acha que estou “viajando” ?
Você com certeza você já ouviu falar de Albert Einstein, agora eu pergunto: me relacione ao menos três teorias que ele postulou. Vou mais longe: quais e quantas delas você é capaz de explicar ou ao menos descrever superficialmente ? (se a resposta é positiva e você não trabalha com nada que o obrigue a saber astrofísica, parabéns!)
Pois Beethoven é o caso. O povo conhece, mas não ouve, não entende, só ouviu 2 min do movimento final da 9º Sinfonia, viu a prima tocar Pour Elise e se dá por satisfeito; e quem vai a Sala São Paulo e o ouve sem nenhuma comoção, é tão “ignorante” quanto.Calma, estou explicando como EU reagi á Beethoven até hoje.
Enquanto ouvia ao que consegui ter acesso de sua obra, li sua biografia, até esbarrar em um dos grandes “mistérios” de seu trabalho: Sua última fase, a mais “inovadora” e na minha opinião a mais viceral e profética é justamente o auge de sua doença (surdez) e possívelmente fase mais desalentadora de sua vida depois de ter sido abandonado por seu sobrinho Karl depois de uma tentativa de suicídio por não suportar a pressão da convivência o tio Ludwig.
No auge do auto-abandono, da surdez, do isolamento social (mesmo sendo naquele momento um dos compositores mais aclamados da Europa) Beethoven tirou de si uma expressão musical mais condizente com o som de sua alma, as notas eram ouvidas “lá dentro”.
Ouvia sua “orquestra interior” em expressões tais que fez sua fase de “Moonlight sonata” parecer um sussuro.
Como não sou especialista em análise de técnicas composição, paro por aqui, deixando apenas alguns links e dicas do material que usei na minha “pesquisa particular”.
Graças á Deus que Britney Spears não nasceu no séc.XVIII senão ela teria que orquestrar o “Baby one more time” e rearranjar “aquilo tudo” pra conseguir algum sucesso 200 anos depois!
(outra opção seria ela dançar nas tabernas de Vienna ou 50 anos depois procurar o Moulin Rouge) ; )
Dicas (algumas das fontes da minha breve incursão pela obra e vida de Ludwig van Beethoven):Ouçam:
Beethoven piano sonatas interpretadas pelo “cirúrgico” Maurizio Polinni
Quarteto de cordas Op.130 incluindo a Grosse fuge Op.133
Sinfonia nº9 Concerti per Pianoforte Nº3 e Nº4 ( versão do Toscanini, por favor! )
Esses e muitos outros podem ser encontrados no blog P.Q.P Bach
Filmes:
Immortal Beloved (Minha amada Imortal) – Bernard Rose, (romanceado mas baseado em fatos reais)
Copying Beethoven (O segredo de Beethoven) – Agnieszka Holland (A história é ficção, mas mostra bem sua personalidade forte)
The Genius of Beethoven (documentário produzido pela BBC em três episódios, de “tirar o chapéu”)
Livro (biografia): “Beethoven“, de Edmund Morris (Objetiva, 288 págs., R$ 39,90)
Bom divertimento! (E se for como eu: Boas “paradas cardíacas”!)Jason Bourne (Marcos Theodoro) 勝利の味!